quinta-feira, março 11, 2010


O livre pensador pensa com liberdade. Óbvio. Para ele, as fronteiras do certo e do errado têm a ver com integridade, nunca com a assimilação de lógicas pré-assentadas. Permite, inclusive, que puxem o tapete de suas antigas afirmações. Não provoca o debate pelo debate, tensiona as convicções por amor à sabedoria. Despretensioso, não hesita contradizer-se. Ri até de posturas que assumiu.

O livre pensador prefere a selva à trilha batida, o labirinto aos mapas detalhados, a senda escura à avenida iluminada. Convive bem com a verdade infinita. Encara o saber como galáxia cheia de luminares inalcançáveis, a trilhões de anos-luz. É golfinho que brinca no oceano das ideias.

O livre pensador garante a boa companhia. Ouve, acolhe, indaga e argumenta com a singeleza das crianças. Discute, retruca, provoca e exige com o rigor dos mestres. Denuncia, confronta e briga com a veemência dos profetas. Narra, brinca, ri e cria com a leveza dos poetas. É exigente nos colóquios acadêmicos, mas zombeteiro na mesa do bar; atencioso entre os opositores, mas instigante entre os amigos.

O livre pensador quebra paradigmas científicos, inaugura escolas literárias, revoluciona parlamentos, mobiliza militâncias. Morre, todavia, na fogueira da religião.


Ricardo Gondim

2 comentários:

  1. Olá!
    Estava apenas retribuindo a visita, mas gostei muito desse texto. Fantástico!
    Tudo de bom!

    ResponderExcluir
  2. Olá Filósofo Calvinista, Obrigada pela visita!
    Seu blog tem um conteúdo muito bom,
    Deus o abençoe

    ResponderExcluir

PODERÁ GOSTAR TAMBÉM DE:

Related Posts with Thumbnails