terça-feira, dezembro 28, 2010

… a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 
João 1:17

Se seu médico telefonasse e com uma voz séria dissesse: “por favor venha o quanto antes. Preciso tratar de um assunto com você”. Com certeza, você saberia que ele tinha más notícias! Sua primeira resposta poderia ser, “não, não quero saber”. Mas mesmo assim você iria porque ao conhecer o diagnóstico você é capaz de buscar a cura.


Deus, nosso grande médico, também tinha más notícias sobre a condição espiritual do homem. Quando Adão e Eva comeram o fruto proibido contrariando as ordens expressas de Deus, este disse a Adão que toda a humanidade morreria espiritual e fisicamente. Essa é a má notícia.


Mas Ele também forneceu a solução. Ele prometeu um Salvador (Gênesis 3:15). O apóstolo João escreve, “… a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1:17). Mas como isso ajuda? Jesus veio naquele primeiro Natal para trazer a graça de Deus, algo que nenhum de nós merece porque, como Adão, todos pecamos. Mas Jesus também veio para reverter aquilo que o pecado causou. Ele veio para ser a verdade (João 14:6) que nos traria de volta a Deus. Ele veio para “… salvar o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21).

Ouça o que o grande médico tem a dizer sobre a sua condição espiritual, na Bíblia. E depois, aceite a cura que Ele deu – o dom da salvação através de Cristo.

FONTE:
C. P. Hia
Nosso Andar Diário – Ministério RBC
MENSAGENS Q EDIFICAM

domingo, dezembro 05, 2010

"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e 
de repente você estará fazendo o impossível."

São Francisco de Assis

 
Inspiração!

Meus avós eram jardineiros e alguns amigos meus ainda são. Eu amo visitar belos jardins – eles me inspiram, fazem-me querer criar algo igualmente belo em meu próprio jardim. Mas em jardinagem, tenho dificuldade em me mover da inspiração para a transpiração. Minhas grandes ideias não se concretizam porque não invisto tempo e energia para que isso aconteça.


O mesmo pode ocorrer em nossa vida espiritual. Podemos ouvir testemunhos de outras pessoas e nos maravilharmos com a obra que Deus tem feito em suas vidas. Podemos ouvir músicas inspiradoras e excelentes pregações e nos sentirmos inspirados a seguir Deus mais diligentemente. Mas assim que saímos da igreja, encontramos dificuldade em separarmos tempo ou nos esforçarmos o suficiente para avançarmos.

Tiago descreveu este tipo de cristão como aquele que olha sua imagem refletida em um espelho, mas nada faz para consertar o que está errado (Tiago 1:23-24). Esses cristãos ouvem a Palavra, mas isso não os leva a agir. Tiago diz que precisamos praticar – não apenas ouvir.

Quando nos movemos da inspiração de simplesmente “ouvir” o bem sendo feito por outros, à transpiração de realmente fazermos algo bom, a Palavra de Deus enxertada (Tiago 1:21) florescerá tornando-se em um belo jardim de fruto especial.

FONTE:
Julie Ackerman Link
Nosso Andar Diário – Ministério RBC

quinta-feira, dezembro 02, 2010




 Não precisamos temer o amanhã...

Deus está no amanhã!


Uma amuleta?

Você já ouviu os céticos dizerem que a fé cristã não passa de uma muleta – que a única razão pela qual as pessoas declaram confiar em Jesus é por serem fracas e por precisarem inventar uma religião que as ajude a prosseguir?



Esses céticos, provavelmente não ouviram a história do médico num distante país no Oriente que passou dois anos e meio na cadeia sendo reeducado por ter professado sua fé em Cristo. Após ser liberto, foi novamente preso – desta vez pelo esforço empregado em sua igreja.

E, talvez esses mesmos céticos não tenham ouvido a história de Paulo. após decidir confiar em Cristo, foi preso, açoitado, zombado e experimentou o naufrágio (2 Coríntios 11:16-29).

Estes cristãos não estavam procurando por uma muleta. Antes, tinham algo profundo e essencial em seus corações? Um relacionamento pessoal com Deus – um relacionamento nascido da fé na obra de Jesus na cruz. Como resultado, tornaram-se filhos do Rei – ávidos por sacrificar tudo para ter o privilégio de proclamar Jesus. Não andavam mancando pelo caminho, procurando por algo em que pudessem se apoiar.
Uma muleta? Dificilmente. A fé em Cristo não está relacionada à segurança e precaução, mas em crermos em Jesus e confiarmos nele incondicionalmente. Está relacionada ao fato de carregarmos uma cruz diariamente (Lucas 9:23) e vivermos para o Salvador.

FONTE:
J. David Branon
Nosso Andar Diário – Ministério RBC

sábado, novembro 27, 2010

"… eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação".
2 Coríntios 6:2

Certo colunista entrevistou Ernie Harwell no dia 30 de setembro de 2009, um dos homens mais queridos nos esportes americanos. Harwell passou mais de 50 anos como locutor de rádio, especialmente para uma equipe de basquete. A sua bondade, humildade e simpatia como locutor deixaram uma marca indelével em todos que o conheceram.


Ao ser entrevistado, Ernie tinha 91 anos e havia acabado de anunciar que tinha um câncer incurável. Contudo, enquanto Ernie falava, não queria que as pessoas sentissem pena dele. Ao invés disso, queria falar sobre a noite, em 1961, em que confiou em Jesus Cristo como Salvador. E, numa das últimas oportunidades que este famoso locutor teria para falar publicamente, ele concluiu: “Não sei quanto tempo ainda me resta… [mas] eu posso ter certeza… em quais braços me encontrarei, e que coisa maravilhosa será o céu”.

Ernie aguardava algo especial! Ele sabia que Deus tinha lhe preparado um glorioso lar eterno (João 14:2-3); Filipenses 1:21-23), portanto, podia encarar a morte e louvar a Deus. Essa [e a sua confiança? Você sabia que Ele está aguardando de braços abertos para recebê-lo em seu lar? No final, é isso o que realmente importa.

FONTE:
J. David Branon
Nosso Andar Diário – Ministério RBC

sexta-feira, novembro 19, 2010


Quem não ama a liberdade? Quem não gostaria de ser inteiramente livre e liberto de todas as amarras e se sentir acima de todo medo, insegurança, ser livre para expor o que está em seu coração e não ter dependências afetivas? Porque a dependência afetiva é uma prisão, e nós fomos feitos para a liberdade: Cristo nos libertou para que fôssemos livres! Mas toda liberdade tem um preço: o de entrar nela e mantê-la, porque é um desafio ser livre, exige compromisso e responsabilidade.
Liberdade não é fazer o que se quer, liberdade é fazer o que é certo, bom, é se dedicar ao bem. Porque todas as vezes em que nos desviamos do bom caminho e entramos no erro, o pecado se torna como um visgo, uma cola, em nossa vida: prendendo-nos.
São Pedro nos chama a atenção para que nos afastemos das paixões carnais, as quais não são somente as que sentimos pelo sexo oposto, mas são sentimentos e emoções levados a um grau de intensidade muito alta, indo além da sobriedade e da lucidez da pessoa. Ela fica tão tomada pelo sentimento que perde a razão. A paixão é uma inclinação afetiva e sensual muito intensa, um afeto que domina e até cega a pessoa, podendo levá-la até a uma obsessão. Por essa razão, precisamos tomar cuidado com esses sentimentos descontrolados que existem em nosso interior.
Por isso São Pedro nos diz para nos afastarmos desses sentimentos, porque eles são nossos inimigos e nos prejudicam. Nessa condição [tomada pela paixão], a pessoa, muitas vezes, perde o equilíbrio, comete disparates e dá vexames que ela nunca daria na vida.
Por esse motivo, nós que somos de Cristo não podemos perder o domínio sobre os nossos sentimentos; precisamos nos afastar de situações que nos fazem perder o controle. Existe uma coisa que faz você perder o controle? Afaste-se disso, porque enquanto você estiver perto dela, ela vai arrastá-lo ao erro. E o prazer do erro é passageiro, pois, logo depois, vem o arrependimento e a amargura se instala no coração.
A Palavra de Deus quer que tenhamos paz em nosso coração e a paz nós encontramos afastando nossos afetos e o nosso querer daquilo que é mau. A paz é dom de Deus, mas é dom que repousa em uma consciência tranquila.
Aquilo que a pessoa vive em seu interior é manifestado em suas atitudes; há uma máxima que diz: "O agir segue o ser". Aquilo que a pessoa é se manifesta na vida dela. Precisamos ter um comportamento bom para que manifestemos o bem que há dentro de nós. Uma consciência tranquila e um coração em paz transbordam paz. O que a pessoa é por dentro é o que se mostra fora; nós transbordamos o que temos em nosso interior.

Márcio Mendes

domingo, outubro 17, 2010

E quando nada acontece?

Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu.” 
Eclesiastes 3.1
Você já ouviu aquela estória do garotinho que há algum tempo tinha plantado uma horta com o pai e que estava chateado porque ainda não havia nascido coisa alguma? O pai tentou consolá-lo dizendo que provavelmente o problema era com a qualidade das sementes, porque já deveriam ter nascido. Então o garotinho concordou: “Só pode ser problema com as sementes papai! Todos os dias eu as desenterrava para dar uma olhadinha e elas nunca haviam brotado!”.
Às vezes, pensamos que o problema está com as sementes que plantamos. Fizemos tudo certo, mas não funcionou. Não aconteceu do jeito que esperávamos. Muitos se decepcionam com Deus porque fizeram tudo o que pensavam que tinham que fazer, mas nada aconteceu. Então, ficam impacientes e revoltados.
Sabe, nem sempre o problema está com a semente que plantamos. Às vezes está com a gente. Não conseguimos esperar pelo tempo certo para que a semente nasça. Às vezes ficamos ansiosos demais e a semente não nasce. Não porque não tem potencial para nascer, mas porque nosso coração está despreparado para a colheita! Aí, atrapalhamos o curso natural da semente e ela acaba apodrecendo antes de nascer! Já pensou nisso? Quantas vezes já entregou uma área de sua vida nas mãos de Deus e pegou de volta depois?
O tempo da espera é tempo de treinamento, de tratamento, de exercício, de adubo, de água na dose certa. É tempo de investimento. Não de colheita. Não perca os privilégios que Deus tem para você, neste tempo precioso, por causa da imensa vontade de por o fruto na boca.
Se a qualidade da semente que você tem plantado é boa, então não se preocupe. No tempo certo você vai colher bons frutos. Deus é fiel. Sua parte é plantar, regar, adubar, cuidar. Crescer e dar fruto é com Deus! Não atropele as coisas.

 Pr. Rafael de Paula



domingo, outubro 03, 2010

Catafática, Apofática e o Feitiço de Áquila


Dia destes, lembrei de um daqueles filmes de sessão da tarde que assisti umas trezentas vez: o Feitiço de Áquila, produção de 1985. A história é baseada numa lenda do século XII, quando um bispo feiticeiro de Áquila amaldiçoa um casal por ciúmes e inveja.

Se você ainda não viu, e pretende, deve parar de ler aqui, já que existe um segredo na trama. O tipo de encanto lançado: A magia transforma o homem em lobo a noite, e a moça – a jovem Michele Pfiffer – transforma-se em águia de dia, vivendo juntos, sem jamais se verem, sem nunca se tocarem como homem e mulher.

Considero uma boa ilustração para exemplificar a divisão entre os que congregam em igrejas tradicionais – chamadas históricas – e nas carismáticas – que aceitam manifestações estranhas à outra “banda”.

Pesquisando sobre tal divisão, descobri que nos primórdios do cristianismo isso já era objeto de estudo. Eram usados os estranhos termos gregos que traduzidos são Catafático e Apofático, que significam respectivamente “Positivo” e “Negativo”:

A grosso modo, Catafático era a visão lógica da existência: a forma cartesiana de enxergar que um mais um é sempre dois, as leis universais regendo a existência. Tudo podia ser entendido, medido, e repetido sistematicamente. Isto hoje é conhecido como Ciência. As primeiras universidades foram fundadas por religiosos a partir desta tese.

Apofático é justamente o oposto: aquilo que não pode ser entendido:
Você entende o significado de um versículo, mas não pode entender como a simples leitura faz você mudar o rumo de sua vida. Mudar de rumo é um conversão de caminho, e essa mudança não tem razão de ser. Ela acontece. Ponto.

Meu cunhado, exímio mergulhador, sabe cada detalhe sobre este esporte: como submergir, emergir, a pressão exercida no corpo de acordo com a profundidade, e quanto dura cada tipo de tubo de oxigênio. Isso é catafático. O que ele não explica quais os motivos que o levam a praticar esse esporte de forma apaixonada. Isso, sem explicação ou motivo lógico, é apofático.

Um culto batista é catafático; ele ensina a Palavra na forma da letra, mas a “inexplicável” manifestação do Espírito precisa acontecer, se não, não existe conversão legítima.

Um culto dito pentecostal é apofático: dons, fenômenos, manifestações ocorrem de forma inexplicável. Mas se faz necessário ser catafático, para que o culto não se transforme em simples idolatria, uma adoração sem razão de ser, apenas pelo momento da catarse espiritual proporcionada.

Assim como a bela história lendária de Áquila, precisamos remover o feitiço do bispo que habita na maioria dos cristãos.
Precisamos entender que Deus dá ao nosso entendimento, mas também pede de nossa fé.
Ele instrui a busca de um culto racional, mas permite que fenômenos inexplicáveis se manisfestem de forma aleatória, espontânea, irrepetíveis.

Uma boa noção pode ser ouvida através da mensagem do Pastor batista Ed René Kivitz. Ele trouxe o sermão em um congresso de uma Assembleia de Deus. Garanto uma noção muito mais clara do que a exposta acima.

Essa compreensão não significa ecumenismo. Significa diálogo e aproximação.

PAI NOSSO INFIEL - NA PRÁTICA É ISSO QUE FAZEMOS



Pai nosso que estás nos céus, lá bem longe, infinitamente distante e separado dos pobres mortais.

Santificado seja o teu nome aí longe, onde nossa percepção não alcança e onde nada que acontece por aí tem a ver conosco.

Venha o teu reino, mas não agora, por enquanto o reino é meu, eu reino sobre a minha vida, deixa pra depois. Quem sabe um pouquinho antes d’eu morrer.

Seja feita a tua vontade assim na terra como nos céus, mas primeiro me consulte, pois vai que essa sua vontade não se alinha com a minha né?

O pão nosso de cada dia nos daí hoje, amanhã, ano que vem e quem sabe até a  milésima geração. Dá-nos a padaria, a fazenda pra colher o trigo, a usina para produzir o álcool que uso no carro, os poços de petróleo para que tenha plena segurança hoje e sempre.

Perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores para que não tenhamos credores a nos procurar, pois assim como somos cobrados, cobraremos sempre, julgaremos incessantemente e condenaremos a todos que pecam os nossos pecados.

E não nos deixes cair em tentação de acreditarmos que somos tão somente mordomos do Senhor e que tudo o que temos na verdade é seu para o bem de todos, mas livra-nos desse mal que é ser generoso e repartir.

Pois meu é reino, o poder e o controle da minha vida para sempre. Amém.

sábado, setembro 18, 2010

OUVISTES O QUE FOI DITO


Ouvistes o que foi dito: “irás ao culto às quartas, sábados e domingos”, eu porém vos digo: faça de sua vida um culto a Deus, que sua rotina seja cheia de gentilezas, que sua boca pronuncie sempre a verdade doa a quem doer, que seus olhos olhem a vida com justiça e não vejam só as aparências, que seus pés pisem em todos os lugares abençoando a todos os ambientes dissipando as trevas por onde andares, que a graça em você vaze a ponto de expurgar espíritos de contendas e disputas vãs, de maledicências e de invejas, que sua palavra se alinhe a vontade de Deus para temperar a vida em volta de ti.

Ouvistes o que foi dito: “os crentes são filhos de Deus, os descrentes são filhos do diabo”, eu porém vos digo:  não vos orgulheis por aquilo que de graça lhes foi dado, abençoai a todos, não sereis orgulhosos da posição de bem aventurança recebida de graça, nem lançareis ninguém no inferno, mas orai para que todos os que ainda não alcançaram estado de filhos, sejam agraciados com novo espírito dando-lhes vida para que vejam e ouvidos para que ouçam o que o Espírito diz a TODOS no mundo inteiro.

Ouvistes o que foi dito: “precisamos ir no monte orar, precisamos de jejum e oração”, eu porém vos digo: Deus é Espírito e importa que Seus adoradores o adorem em espírito e em verdade, seja no monte, seja no fundo do mar, seja no ventre do grande peixe, seja no mais profundo abismo ou na geografia que for. O jejum que o Pai aceita é aquele da inanição da iniqüidade, da ausência do mau, da desistência do orgulho por nossas boas obras, das muitas justificativas vãs que damos em nossas orações que transformam Deus num idiota cósmico e tenta ludibriá-Lo para fazer a nossa vontade assim na Terra como nos Céus.

Ouvistes o que foi dito: “está escrito na Palavra de Deus”, eu porém vos digo: não façais das Palavras de meu Pai poesia vã, tola e impraticável, mas vive-a sabendo que a pouca obediência a Sua Palavra é mais importante que o muito conhecimento que despreza Sua revelação a tratando como romance, como novela, como ficção ou como sonho de tolos.

Ouviste o que foi dito: “vamos ter Santa Ceia domingo, preciso ficar atento esta semana”, eu porém vos digo: viva de modo a se auto-examinar  diariamente, corrigindo sua vida interior, seus pensamentos, seus desejos, mude seus paradigmas se alinhando dia a dia a vontade de Deus revelada na Palavra.

Ouviste o que foi dito: “não acusarás, ou julgarás, ou se levantará contra o ungido do Senhor”, eu porém vos digo: se o sujeito, pastor, bispo, apóstolo ou arcanjo, não se alinhar a Palavra revelada, seja anátema! Se não houver bondade, graça e misericórdia em suas palavras, seja anátema! Se falar em nome de Deus e viver em nome dos bens, seja anátema!

Usai de misericórdia para com todos, levai as cargas uns dos outros, não vos priveis do amor, da bondade, da ajuda, do socorro, da solidariedade, das orações, da comunhão constante, da humildade, da edificação mútua, da paz, da esperança...

Sabei que o mesmo Deus que te mantém vivo é aquele que mantém a TODOS igualmente com vida, não faz acepção de pessoas e não separa grupos em pessoas dEle e do diabo, visto que o diabo nada tem e que tudo e todos são dEle.

Glória a Deus!

quarta-feira, setembro 15, 2010

O que conta não é o crítico,aquele que diz em que ponto o forte tropeça ou em que aspecto alguém poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que de fato ocupa a arena. [...] Que, na melhor das hipóteses, no final conhece o triunfo das grandes conquistas, e na pior, se fracassar, ao menos fracassou por ter ousado muito. De forma que seu lugar jamais será entre as almas tímidas e inexpressivas que não conhecem nem a vitória, nem a derrota.


Theodore Roosevelt

terça-feira, setembro 14, 2010

ACORDOS


“Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3)




O princípio do acordo é algo simples para o entendimento do casal. Acontece que é necessário que não haja pactos internos que sabotem o acordo sem que o outro saiba.

Sabotar a relação é muito fácil, basta ser dissimulado e usar de aleivosia quando no fundo o que queremos é ficar livres do “fardo”.

O que nos impede de ser feliz nunca está no outro, mas em nós mesmos, pois se o cenário não quer ajudar no ideal de felicidade, mude por dentro, mude-se para mudar.

Muitos casais lançam suas frustrações, medos e culpas no outro, o que não ajuda em nada, pois normalmente apontamos o outro para que nossos olhos se desviem de nós mesmos, que somos os únicos responsáveis por nossa felicidade.

Desconheço quem seja infeliz por conta de alguém, mas conheço algumas pessoas que se disseram infelizes por minha causa e fui embora e agora continuam infelizes.

Então o que é muito bom para a felicidade é autoconhecimento, menos auto-engano e mais consciência de Deus.
Pense nisso!




Cláudio Nunes Horácio

terça-feira, agosto 10, 2010

Revista Época – Os novos evangélicos

A revista Época desta semana traz como matéria de capa “A nova Reforma Protestante”, onde trata de cristãos que buscam o retorno ao Evangelho puro e simples de Cristo, na contramão de boa parte da igreja evangélica brasileira, fascinada com movimentos heréticos como a teologia da prosperidade. Abaixo, a transcrição da matéria, obtida via Púlpito Cristão:
Por Ricardo Alexandre
Matéria publicada na
Revista Época
Rani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.
Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.
Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.
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Irani Rosique (crédito: Revista Época)
Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.
Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central.
Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”Image


Miguel Uchôa e bispo Robinson Cavalcanti,
da Diocese do Recife (crédito: Revista Época)
Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”
No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (leia o quadro na última pág.). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores.
O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”

A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”
Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.
Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, primeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.
O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.”
A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”
Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”
O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas.
Sites como Pavablog , Veshame Gospel , Irmãos.com , Púlpito Cristão ,Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.

Crédito: Revista Época
A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”
Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.
A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.
O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”
A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.
A Deus seja toda a honra e toda a glória sempre.

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