domingo, outubro 17, 2010

E quando nada acontece?

Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu.” 
Eclesiastes 3.1
Você já ouviu aquela estória do garotinho que há algum tempo tinha plantado uma horta com o pai e que estava chateado porque ainda não havia nascido coisa alguma? O pai tentou consolá-lo dizendo que provavelmente o problema era com a qualidade das sementes, porque já deveriam ter nascido. Então o garotinho concordou: “Só pode ser problema com as sementes papai! Todos os dias eu as desenterrava para dar uma olhadinha e elas nunca haviam brotado!”.
Às vezes, pensamos que o problema está com as sementes que plantamos. Fizemos tudo certo, mas não funcionou. Não aconteceu do jeito que esperávamos. Muitos se decepcionam com Deus porque fizeram tudo o que pensavam que tinham que fazer, mas nada aconteceu. Então, ficam impacientes e revoltados.
Sabe, nem sempre o problema está com a semente que plantamos. Às vezes está com a gente. Não conseguimos esperar pelo tempo certo para que a semente nasça. Às vezes ficamos ansiosos demais e a semente não nasce. Não porque não tem potencial para nascer, mas porque nosso coração está despreparado para a colheita! Aí, atrapalhamos o curso natural da semente e ela acaba apodrecendo antes de nascer! Já pensou nisso? Quantas vezes já entregou uma área de sua vida nas mãos de Deus e pegou de volta depois?
O tempo da espera é tempo de treinamento, de tratamento, de exercício, de adubo, de água na dose certa. É tempo de investimento. Não de colheita. Não perca os privilégios que Deus tem para você, neste tempo precioso, por causa da imensa vontade de por o fruto na boca.
Se a qualidade da semente que você tem plantado é boa, então não se preocupe. No tempo certo você vai colher bons frutos. Deus é fiel. Sua parte é plantar, regar, adubar, cuidar. Crescer e dar fruto é com Deus! Não atropele as coisas.

 Pr. Rafael de Paula



domingo, outubro 03, 2010

Catafática, Apofática e o Feitiço de Áquila


Dia destes, lembrei de um daqueles filmes de sessão da tarde que assisti umas trezentas vez: o Feitiço de Áquila, produção de 1985. A história é baseada numa lenda do século XII, quando um bispo feiticeiro de Áquila amaldiçoa um casal por ciúmes e inveja.

Se você ainda não viu, e pretende, deve parar de ler aqui, já que existe um segredo na trama. O tipo de encanto lançado: A magia transforma o homem em lobo a noite, e a moça – a jovem Michele Pfiffer – transforma-se em águia de dia, vivendo juntos, sem jamais se verem, sem nunca se tocarem como homem e mulher.

Considero uma boa ilustração para exemplificar a divisão entre os que congregam em igrejas tradicionais – chamadas históricas – e nas carismáticas – que aceitam manifestações estranhas à outra “banda”.

Pesquisando sobre tal divisão, descobri que nos primórdios do cristianismo isso já era objeto de estudo. Eram usados os estranhos termos gregos que traduzidos são Catafático e Apofático, que significam respectivamente “Positivo” e “Negativo”:

A grosso modo, Catafático era a visão lógica da existência: a forma cartesiana de enxergar que um mais um é sempre dois, as leis universais regendo a existência. Tudo podia ser entendido, medido, e repetido sistematicamente. Isto hoje é conhecido como Ciência. As primeiras universidades foram fundadas por religiosos a partir desta tese.

Apofático é justamente o oposto: aquilo que não pode ser entendido:
Você entende o significado de um versículo, mas não pode entender como a simples leitura faz você mudar o rumo de sua vida. Mudar de rumo é um conversão de caminho, e essa mudança não tem razão de ser. Ela acontece. Ponto.

Meu cunhado, exímio mergulhador, sabe cada detalhe sobre este esporte: como submergir, emergir, a pressão exercida no corpo de acordo com a profundidade, e quanto dura cada tipo de tubo de oxigênio. Isso é catafático. O que ele não explica quais os motivos que o levam a praticar esse esporte de forma apaixonada. Isso, sem explicação ou motivo lógico, é apofático.

Um culto batista é catafático; ele ensina a Palavra na forma da letra, mas a “inexplicável” manifestação do Espírito precisa acontecer, se não, não existe conversão legítima.

Um culto dito pentecostal é apofático: dons, fenômenos, manifestações ocorrem de forma inexplicável. Mas se faz necessário ser catafático, para que o culto não se transforme em simples idolatria, uma adoração sem razão de ser, apenas pelo momento da catarse espiritual proporcionada.

Assim como a bela história lendária de Áquila, precisamos remover o feitiço do bispo que habita na maioria dos cristãos.
Precisamos entender que Deus dá ao nosso entendimento, mas também pede de nossa fé.
Ele instrui a busca de um culto racional, mas permite que fenômenos inexplicáveis se manisfestem de forma aleatória, espontânea, irrepetíveis.

Uma boa noção pode ser ouvida através da mensagem do Pastor batista Ed René Kivitz. Ele trouxe o sermão em um congresso de uma Assembleia de Deus. Garanto uma noção muito mais clara do que a exposta acima.

Essa compreensão não significa ecumenismo. Significa diálogo e aproximação.

PAI NOSSO INFIEL - NA PRÁTICA É ISSO QUE FAZEMOS



Pai nosso que estás nos céus, lá bem longe, infinitamente distante e separado dos pobres mortais.

Santificado seja o teu nome aí longe, onde nossa percepção não alcança e onde nada que acontece por aí tem a ver conosco.

Venha o teu reino, mas não agora, por enquanto o reino é meu, eu reino sobre a minha vida, deixa pra depois. Quem sabe um pouquinho antes d’eu morrer.

Seja feita a tua vontade assim na terra como nos céus, mas primeiro me consulte, pois vai que essa sua vontade não se alinha com a minha né?

O pão nosso de cada dia nos daí hoje, amanhã, ano que vem e quem sabe até a  milésima geração. Dá-nos a padaria, a fazenda pra colher o trigo, a usina para produzir o álcool que uso no carro, os poços de petróleo para que tenha plena segurança hoje e sempre.

Perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores para que não tenhamos credores a nos procurar, pois assim como somos cobrados, cobraremos sempre, julgaremos incessantemente e condenaremos a todos que pecam os nossos pecados.

E não nos deixes cair em tentação de acreditarmos que somos tão somente mordomos do Senhor e que tudo o que temos na verdade é seu para o bem de todos, mas livra-nos desse mal que é ser generoso e repartir.

Pois meu é reino, o poder e o controle da minha vida para sempre. Amém.

PODERÁ GOSTAR TAMBÉM DE:

Related Posts with Thumbnails